É interessante perceber que nessas festas todo mundo entra, come e bebe. Ninguém se importa, ninguém se preocupa, ninguém desconfia de ninguém. Ninguém quer saber quem é aquele que acabou de chegar, entrou e comeu fartamente, só sabe que é Abreu, isso é o suficiente. A casa é de todo mundo. Todos dividem tudo, inclusive a caneca de tirar água do pote. Contei que na casa da dona Fransquinha tinha um pote com caneca, etc., porém, a caneca é somente para tirar água do pote, não se pode beber nela. Na festa, o sistema era diferente. A caneca tanto servia para tirar água do pote como para beber. E era somente uma caneca. Ali, tive uma aula prática e aprendi o que é cumplicidade. Todo mundo que tava com sede ia ao pote, metia a caneca e bebia. E as crianças? As crianças também e ainda pondo em prática os ensinamentos de que água é coisa valiosa no sertão (principalmente nesses tempos sem chuva), portanto, tem que economizar. Elas bebiam e o que sobejava, devolviam ao pote. Só depois de um tempão foi que observei o fato. Tarde demais! Quando cheguei à festa estava com muita sede e ainda embriagada pelo sabor da água do pote da Dona Fransquinha, pedi um copo d’água toda contente e bebi cheia de alegria. Fazer o quê, né?
Monday, August 23, 2010
A Cumplicidade Está no Pote - Texto 7
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