Monday, August 23, 2010

O Cão de Guarda - Texto 4


Já perto do meio-dia voltamos, sem antes eu levar uma bela mordida do cão de guarda que não arreda as patas da casa. A culpa foi toda minha. Quando cheguei na casa, ele estava deitado na varanda, dentro de casa. Eu o afaguei e ele recebeu o afago abanando o rabo. Quando o cão de guarda está dentro de casa e o visitante também, ele sabe que aquela pessoa foi aprovada pelo dono casa e curte o carinho, mas estando no terreiro, ele cumpre seu papel direitinho e não permite intimidades. Está de serviço e hora de trabalho não é hora de brincadeiras. Eu esqueci essa lei canina e fui afagá-lo fora da casa. Me dei mal. Ele agarrou meu braço e senti quando seus dentes entraram na carne do meu braço. Que dor! Que susto! Aflição! Dona Fransquinha lavou o ferimento com sabão virgem e me tranqüilizou que ele é vacinado (mesmo assim, tomei duas injeções anti-rábicas). Voltei com muita dor no braço, tendo de encarar a ladeira que, se não foi lá essas facilidades toda descer, imagine subir. Subi no maior esforço, com o braço latejando e ainda tremendo do susto. No meu braço está a marca da fidelidade e da competência canina. “Longe de quem come, e mais longe ainda de quem guarda!”, este é o lema dos cães lajedienses.

No comments: