Passei um domingo na Serra do Lajedo. Aninha me convidou pra uma festa de casamento de um casal parente seu. Cinqüenta anos de casados eles iam fazer, portanto, o acontecimento merecia um festão. Eu nunca havia ido á uma festa no interior, só conhecia de ouvir falar.
Subimos a serra no domingo bem cedinho da manhã, eu, Costa Jr., Aninha e suas irmãs. Ana me disse que o nome verdadeiro é lajeiro, porém, acho que a palavra lajedo se encaixa mais. A palavra deriva de laje, pedra pavimentada, rocha de superfície plana, abundante naquela região.
Fomos por uma estrada de piçarra, de chão seco, árido. A certa altura paramos o carro, descemos e ficamos contemplando a paisagem lá em baixo. Maranguape e Itapebussú despertavam num espreguiçamento que somente quem é nordestino pode compreender. O nordestino não é desses que pula da rede num salto. Primeiro ele se espreguiça lennntamennnte, bem devagarzinho, que nem gato quando acorda, se esticando todo. Depois desse ritual “espriguiçatório”, o dia começa.
Alguém me falou de assaltos na estrada. Os ladrões param o ônibus em plena serra e tomam os poucos pertences dos viajantes. Que triste! O último lugar que se pensa em assalto é numa estrada de terra em cima da serra. Aquele ambiente não tem absolutamente nada a ver com esse tipo de coisa e me impressionou o fato dessas coisas de cidade grande ter chegado até lá. O mal subiu a serra de pedra pavimentada. Lembrei dos salteadores dos quais Jesus fala na parábola do Bom Samaritano. Imaginei o pobre homem da parábola caído naquela estrada solitária e poeirenta e fiquei me perguntando se por ali existia um bom samaritano. Mais tarde, numa situação inesperada e hilariante, descobri que a Serra do Lajedo é habitada por bons samaritanos, sim.
1 comment:
Rô, subir a serra é sempre uma experiencia única!!!
Dá para se ter bastante contemplação!!!
Bjão e vou esperar os outros textos!
:-)
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