Eu tenho mania por gatos. Amo de paixão. Criar gatos torna-se um vício, quero que saibam os iniciantes. Lembro que comecei com um só. O bichano, ainda bem pequeno, miou baixinho na porta da minha casa e foi o bastante. Aquele miado fraquinho, insistente, que dá peninha, mas que tem poder suficiente pra derreter qualquer coração.
Disse a mim mesma que seria somente aquele e o batizei de José Gato de Castro, o Gatinho. Fiquei completamente apaixonada pelo Gatinho, então, pra completar, ganhei a Neve, uma fêmea do pêlo branquinho e olhos amarelos. Vocês podem imaginar no que deu. Hoje, são dezesseis gatos, fora os que já morreram, vítimas da maldade humana; todos com nome, sobrenome e apelido. O Teófilo de Castro, por exemplo, é o Téozinho, a Shanana de Castro é a Shan, a Neve de Castro é a Nevinha, e por aí vai. Bem, diz o velho ditado que cada doido tem sua mania e a minha é gato, com nome, sobrenome e apelido. E tem mais: conheço o miado de cada um.
Quero confessar desavergonhadamente que eles são muito mal acostumados e adoram queijo. Culpa minha. No final de semana, quando faço as refeições em casa, alguns, na hora do café, ficam me olhando com aquele olhar penoso, “pidão”, fixo, implorando por um pedaço de queijo, apesar de estarem cheios de ração. Eles ficam com os rostos levantados, me olhando fixamente, esperando um gesto, um sinal de que o queijo será dado. Não resisto e acabo distribuindo a iguaria para toda a minha gatarada.
Nessa hora, não existe uma vez sequer que eu não lembre do salmo 123, que diz: ”como os olhos dos servos estão fitos nas mãos dos seus senhores (...), assim os nossos olhos estão fitos no Senhor, nosso Deus”. Do jeito que meus gatos fazem comigo, eu faço com Deus: todas as manhãs quando acordo, através da oração, fito meus olhos espirituais Nele e peço um pedaço do “queijo divino”.
A Bíblia diz que as misericórdias do Senhor se renovam a cada manhã, não fossem elas há muito teríamos perecido.
Igualzinho aos meus gatos, não me contento, quero mais. E da mesma forma que eu não resisto aos miados dos meus gatinhos, Deus não resiste á súplica de um aflito, pode ter certeza.
Sou testemunha viva de que o Senhor é um alto refúgio em qualquer situação, em qualquer tempo.
Nota de Sofia: A ilustração é uma tela da pintora alemã, Paula Becker
Saturday, December 02, 2006
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3 comments:
OI AMIGA, QUERO TAMBÉM TE CONFESSAR QUE OS MEUS GATINHOS TAMBÉM SÃO MAL ACOSTUMADOS. POIS EU TAMBÉM DOU QUEIJOS PARA ELES RSRSR, EU ADOREI SEU TEXTO.BJS
Já criei gatos também.Um ou dois de cada vez,não essa cidadela felina que tem na sua casa. rsrs Eu curtia olhar as brincadeiras quando eles eram filhotes e o charme auto-suficiente dos adultos.As poses que eles fazem são ótimas.Mas nunca soube dar nome aos animais.Qualquer sufixo dinimutivo acabava firando a alcunha do gato.
GATO PENSA? (Ferreira Gullar)
Dizem que gato não pensa
Mas é difícil de crer.
Já que ele também não fala
Como é que se vai saber?
A verdade é que o Gatinho,
Quando mija na almofada,
Vai depressa se esconder:
Sabe que fez coisa errada.
E se a comida está quente,
Ele, antes de comer,
Muito calculadamente,
Toca com a pata pra ver.
Só quando a temperatura
Da comida está normal,
Vem ele e come afinal.
E você pode explicar
Como é que ele sabia
Que ela ia esfriar?
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