Aonde vais belo carcereiro
com essa chave manchada de sangue?
Vou soltar aquela que amo -
se ainda for possível -
e que tranquei
ternamente cruelmente
no mais secreto do meu desejo,
no mais profundo do meu tormento,
nas mentiras do futuro,
nas bobagens das juras.
Quero soltá-la,
quero que seja livre
até para me esquecer,
até para ir-se embora,
até para voltar
e também para me amar,
ou para amar outro
se esse outro lhe agradar.
E se ficar um dia sozinho
e ela só em idas,
guardarei apenas,
guardarei sempre
nas minhas duas mãos côncavas,
até o fim dos dias
a doçura dos seus seios modelados pelo amor.
Thursday, December 14, 2006
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