Sunday, November 26, 2006
Colcha de Retalhos de Sofia - Fragmentos de Oscar Wilde Sobre Jesus em "De Profundis"
Jesus foi a primeira pessoa a dizer que os homens deveriam viver vidas como as das flores. Tomou as crianças como exemplo daquilo que as pessoas deveriam tentar ser. Ele as apontava como exemplos para os adultos (...) Ele acreditava que a vida era algo mutável, fluido, ativo, e que permitir que se tornasse esteriotipada seria a morte.
Entendeu também que as pessoas não deveria se preocupar demais com as coisas materiais, que o fato de não ter senso prático poderia ser uma qualidade, que ninguém deveria pensar demais nos seus próprios problemas. Se os pássaros não se preocupam, por que deveria o homem preocupar-se? (...)
Cristo amava os ignorantes, pois sabia que na alma do ignorante há sempre lugar para uma grande idéia. Mas não suportava os estúpidos, especialmente aqueles que a educação tornara ainda mais estúpidos: gente cheia de opiniões e que não consegue entender uma só delas, um tipo de gente particularmente moderna, que Cristo resumiu bem quando descreveu como o tipo da pessoa que possui a chave do conhecimento, mas não sabe como usá-la nem permite que outras pessoas a utilizem, embora com ela pudessem abrir as portas do Reino dos Céus.
Nota de Sofia: Oscar Wilde escreveu De Profundis na prisão onde, pela primeira vez, leu os quatro Evangelhos e ficou profundamente impressionado com a pessoa de Jesus Cristo. De Profundis só foi publicado após a morte do autor, por pedido do próprio. Foi escrito em 1896, publicado em 1905 e trata-se de cartas nunca entregues a Lord Douglas, amante de Oscar e o motivo de sua prisão.
A ilustração é uma tela de Salvador Dali.
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