Tuesday, July 17, 2007

Gotas de Sofia com T.S. Eliot


A Áquila paira no topo dos Céus,
O Órion, com seus cães, percorre o seu circuito.
Ó revolução perpétua de estrelas fixas,
Ó eterno retorno das mesmas estações,
Ó mundo de primavera e outono, de nascer e morrer!
O círculo sem fim de idéia e ação.
De invenção sem fim, de experimentação sem fim,
Traz conhecimento do movimento, mas não da tranquilidade;
Conhecimento da língua, mas não do silêncio;
Conhecimento de palavras, e ignorância da Palavra.
Todo o nosso conhecimento nos leva mais próximos da nossa ignorância,
Toda a nossa ignorância nos leva para mais perto da morte,
Mas uma proximidade da morte que não é proximidade de Deus.
Onde está a vida que perdemos no viver?
Onde está a sabedoria que perdemos no conhecimento?
Onde está o conhecimento que perdemos na informação?
Os círculos dos Céus em vinte séculos
Levam-nos para mais longe de Deus e para mais perto do pó.

2 comments:

Victor Ramos said...

Rô, que poesia linda!
As vezes, tb tenho a sensação de que o movimento das coisas é ilusório...q nos levam sempre ao mesmo lugar...
Emocionado.

Anonymous said...

Esse é meu poeta favorito. Valeu Rô!!!