As igrejas evangélicas estão virando “curral eleitoral” e desenvolvendo silenciosamente, cada uma ao seu modo, uma tirania, uma espécie de “ditadura gospel”. Tenho conversado com evangélicos que irão votar na candidata do PT, Dilma Rousseff, mas não assumem de jeito nenhum. Estão calados, acabrunhados, com receio de serem rechaçados dentro de suas respectivas denominações. Nas igrejas pentecostais o medo está na disciplina pastoral, no afastamento de cargos, caso a “blasfêmia” que é votar em Dilma Rousseff venha a ser descoberta, sem contar com a crítica e rejeição dos irmãos (o mai doloroso de tudo), ou seja, discriminação ampla, geral e irrestrita. Nas igrejas batistas o medo não reside no pastor (na que eu congrego, por exemplo, o pastor deu liberdade de voto), e sim, em membros antigos, bem conceituados, mas que, infelizmente, não se deixaram moldar no quesito democracia, liberdade, respeito por aquele que pensa diferente. Estava com adesivos do PT dentro da mochila e tive a idéia de fazer um teste. Ofereci a alguns que eu sei que votarão no PT e eles não aceitaram, dizendo que “fulano e sicrano” ficam com raiva quando alguém na igreja manifesta a intenção de votar em Dilma Rousseff e não querem confusão com essas pessoas. Fulano e sicrano são os membros bem conceituados que citei há pouco; fulano e sicrano são pessoas que eu gosto; fulano e sicrano não são pessoas ruins, muito pelo contrário... Por que será que isso acontece? Minha melhor amiga tem horror ao PT, mas eu a amo assim mesmo, afinal, ninguém é perfeito... rsrs... Quando a gente se encontra nesses dias de campanha eleitoral, simplesmente não tocamos no assunto política, a gente só fala de Jesus, o exemplo único de tolerância que este planeta já teve o prazer e o privilégio de conhecer. Sei que existem petistas intolerantes e desrespeitosos, assim como psdbistas. Não estou aqui para elogiar e criticar um ou outro, mas para defender a liberdade, a amizade, o respeito. Na Bíblia existem quatro evangelhos escritos por quatro evangelistas, Mateus, Marcos, Lucas e João, respectivamente. Cada um apresenta Jesus de forma diferente, apesar das semelhanças; cada um tem seu ponto de vista sobre Jesus. Será que discutiam acerca das diferenças? Será que compreendiam a harmonia que havia em tais diferenças? Acho que sim e acho também que havia rspeito.
Outro caso notório na Bíblia era a diferença entre Pedro e Paulo. Pedro teimou em pregar somente para judeus, enquanto Paulo pregou para os gentios. Por causa da sua intolerância, Pedro não teve condições de sair de Israel, enquanto Paulo ganhou o mundo para Jesus. Mas nem por isso O Senhor abandonou Pedro ou deixou de usá-lo em Israel. Jesus usou os dois na Sua obra, mas é notório que o que teve mais tolerância (Paulo) deixou um legado muito maior, fez mais amizades, conheceu outras culturas, viajou muuuuuuito e teve oportunidade de falar de Jesus de forma absolutamente abrangente. Eu voto Dilma, mas se o Serra ganhar vou ficar triste, claro, porém, essa tristeza vai durar somente alguns dias. Sei que como cristã tenho que orar por quem estiver no poder, seja direita ou esquerda, pois a vida continua e sei também que Jesus é O Senhor da minha vida, meu Candidato Eterno, em quem voto todos os dias, pedindo para que Ele reine em mim pra sempre.
Viva a Democracia! Viva a liberdade que Deus nos deu!
Rosane de Castro/Outubro/2010
Thursday, October 28, 2010
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
1 comment:
Foi um papel vergonhoso assumido pelas igrejas nesse período eleitoral! Também senti o odor fétido q exalava de seus corredores...
Post a Comment